Grandes invenções que adoramos e seus criadores geniais
O século passado é recheado de inventos que mudaram nosso dia a dia - e deixaram seus idealizadores milionários. Conheça cinco deles - e mais um que você só encontra no site.
A PAREDE QUE ESTOURAVA
PLÁSTICO BOLHA - 1957
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CORRETIVO - 1951
Bette Graham era uma jovem americana de 27 anos, divorciada e com filho para criar, que trabalhava como secretária em um banco de Dallas. Em 1951, insatisfeita com a sujeira provocada pelas fitas de carbono das máquinas de escrever, ela passou a levar ao trabalho uma tinta branca à base de água que criara na cozinha de casa. A inspiração teria vindo de pintores que ela viu cobrindo erros em uma janela com uma camada extra de tinta. Um professor de química ajudou a melhorar a fórmula e logo as colegas aderiram à novidade. Sete anos se passaram até que Bette fosse demitida por usar papel timbrado da empresa para uso pessoal. Era a deixa para promover o invento, batizado de Liquid Paper. Anos depois, a situação dela era muito melhor. O corretivo já era um produto industrializado e seu filho, Mike Nesmith, fazia sucesso como guitarrista e vocalista da banda The Monkees. Em 1979, Bette vendeu a empresa para a Gillete por US$ 47,5 milhões. Pena que ela morreu no ano seguinte. Mas seu invento continua popular em escolas mundo afora.
A CAFETEIRA QUE REVOLUCIONOU A INTERNET
WEBCAM - 1991
Preguiça e a vontade de tomar café quente fizeram que estudantes de informática da Universidade de Cambridge, no Reino Unido, inventassem a webcam. Como a única cafeteira disponível ficava relativamente longe dos laboratórios, o café fresquinho acabava antes que os eles pudessem bebê-lo. Foi então que dois alunos viraram o jogo. Quentin Stafford-Fraser e Paul Jardetzky colocaram uma câmera apontada para a cafeteira. Conectada a um computador, ela enviava imagens a cada três minutos aos computadores ligados a o que eles batizaram de clube de café do Trojan Room. Era o fim do café frio. Em 1993, a câmera foi ligada à internet, transformando-se em um dos primeiros ícones culturais da rede. A cafeteira ganhou fãs mundo afora e foi filmada até 2001, em um evento com cobertura da imprensa do mundo todo. A dupla não ficou milionária (a empresa Connectix pensou no uso comercial do invento e lançou a webcam em escala industrial em 1995), mas ficou célebre no mundo tecnológico, ganhando cargos de chefia em empresas de tecnologia.
VELCRO (1941)
A natureza inspirou o engenheiro suíço George de Mestral a criar um mecanismo que pudesse substituir zíperes e botões em roupas e acessórios. Em 1941, ao passear com seu cachorro por um bosque alpino, pequenas plantas que grudavam na roupa e no bicho chamaram sua atenção. Eram sementes de bardana, um tipo de carrapicho. Ao analisá-las no microscópio, De Mestral descobriu que ganchinhos faziam as sementes grudar tão facilmente. Foi então que veio a ideia de desenvolver um material com ganchos de um lado e um tecido para prendê-los de outro. Assim surgiu o princípio do "fecho de gancho e argola", ou velcro, termo nascido das palavras francesas velour (veludo) e crochet (gancho). O inventor enfrentou resistência, mas mesmo assim fundou em 1952 sua indústria, a Velcro. Hoje, o produto não está só nos guarda-roupas. Mantém a inviolabilidade de computadores do Pentágono e ajuda jardineiros a cultivar plantas, por exemplo. O invento é tão conhecido que Joselito Araújo, distribuidor da Velcro no Brasil, reconhece que ele é bem mais popular do que a própria empresa, mesmo ela sendo uma multinacional presente em todos os continentes.
O PROFESSOR PARDAL FLUMINENSE
LACRE PLÁSTICO DE SEGURANÇA (1967)
Nem a família deu bola para o engenheiro Eduardo Lima quando ele inventou o lacre plástico de segurança, em 1967. Dono de uma metalúrgica, ele se incomodou com o acúmulo de lacres de chumbo nos ferros-velhos que visitava. "O fato de o material ser tóxico nem era levantado. Mas o chumbo tem limitações, os lacres eram frágeis", diz André de Lima Castro, filho do inventor. Eduardo, então, criou um lacre plástico em forma de âncora, inspirado em um hobby, a pesca submarina. Em vez de aceitar o emprego em uma multinacional, abriu sua própria fábrica, a ELC, em Paraíba do Sul (RJ). Foi chamado "professor Pardal" até pela mulher. "Depois de muita insistência conseguimos convencer órgãos de referência, como os Correios, de que nosso lacre era mais prático e econômico", conta André, hoje diretor da empresa. O invento está presente em medidores elétricos, placas de carros, envelopes e até ogivas nucleares. A ELC é uma das maiores do mundo no ramo, mas André ainda vê dificuldades para inventores no Brasil. "Não existe clima de financiamento para empreendedores", lamenta.
O CADERNO QUE SALVOU O CAFÉ
FILTRO DE CAFÉ - 1908
Na Dresden de 1908, trabalhos escolares inspiraram uma invenção que mudaria a maneira como bebemos café. Irritada com a borra que estragava o prazer da bebida, a alemã Melitta Bentz arrancou do caderno de seu filho Willy uma folha de papel de mata-borrão, usado para absorver o excesso de tinta. Recortou um círculo do papel, pôs no fundo de um pote perfurado, adicionou pó de café e água quente. Funcionou melhor do que o antigo coador de pano. O café estava mais límpido e sem borra. No mesmo ano ela patenteou o produto e fundou com o marido a Melitta Bentz Company. Chamado de "utensílio do coador" na época, o invento fez sucesso em feiras de negócios nos anos seguintes. E não parou. A Melitta é um gigante do setor até hoje, atua em 60 países e faturou R$ 3,4 bilhões em 2010. E o filtro de café criado por Melitta não está só nas cafeteiras. "Sabemos de artistas que usam o filtro em obras. Jardineiros o utilizam nas plantações, há saquinhos de donuts de filtro e outras aplicações curiosas", diz Jorg Bentz, bisneto de Melitta, que atualmente administra a empresa ao lado dos irmãos.
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