sexta-feira, 8 de julho de 2011

Alto risco marcou viagem inaugural do ônibus espacial Columbia


John Young (esquerda) e Robert Crippen posam com um modelo do ônibus espacial Columbia antes do lançamento histórico Crédito: NASA


Quando os astronautas John Young e Bob Crippen partiram na primeira missão do Ônibus Espacial Columbia, em 1981 (STS-1), foi a primeira viagem tripulada de um voo experimental.

"A NASA questionou se devíamos modificá-lo para voos não-tripulados, foi uma discussão bem séria”, afirmou Crippen. "Mas eu e John Young os pressionamos muito para embarcamos porque a chance de sucesso com pessoas a bordo era muito maior”.

O que a NASA não sabia na época é que havia uma chance em nove de os astronautas não retornarem com vida. Os supervisores da missão calcularam que havia uma chance em 100 mil de perder a espaçonave e a tripulação.

Atualizações de segurança, inclusive as incorporadas depois de dois acidentes fatais, tornaram o ônibus espacial 10 vezes mais seguro do que nos primeiros anos, mas as chances de um acidente trágico ainda são altas: cerca de 1 em 90.

Essa é um dos motivos pouco alardeados para a NASA aposentar a frota de ônibus espaciais depois de uma última entrega de carga na Estação Espacial Internacional (ISS) este mês.

A primeira justificativa é dinheiro: preparar os ônibus para cada voo é uma operação que consome R$ 4 bilhões. A outra razão é liberar recursos para que a NASA possa desenvolver novas espaçonaves, capazes de viajar além da órbita da ISS, onde os ônibus não conseguem chegar.

O fim do ônibus espacial era a última coisa que Crippen e Young poderiam imaginar enquanto estavam sentados na cabine há 30 anos, em 12 de abril de 1981, aguardando o lançamento.

"Eu estava mais preocupado com o software," recorda Crippen. "O veículo era tão complicado, pensei que havia uma grande chance de haver uma falha. Foi só quando a faltava um minuto na contagem que olhei para John e disse 'ei, acho que podemos conseguir.'"

Crippen, que liderou um painel de discussões sobre a história do ônibus espacial em uma conferência da indústria aeroespacial em Orlando, no começo do ano, disse que seus batimentos cardíacos chegaram a 130, enquanto seu comandante, um veterano da missão lunar Apollo, permaneceu calmo.

"Ele disse 'Crip, quando estão prontos para queimar 3 milhões de quilos de combustível embaixo de você, se não ficar um pouco empolgado, você não entendeu o que está acontecendo.'"

Quando os propulsores foram ativados e a espaçonave saiu do chão, Crippen disse que não se preocupou em sobreviver à viagem. "Provavelmente, a única coisa que pensei na decolagem foi 'não posso pisar na bola’”, afirmou.

O STS-1 foi lançado com sucesso e orbitou a Terra 37 vezes, em um voo que durou 54,5 hours.

Crippen participou de mais três missões, tornou-se diretor do programa do ônibus espacial e depois diretor do Centro Espacial Kennedy da NASA, antes de assumir posições executivas na indústria aerospacial. Ele se aposentou em 2001 como presidente da fabricante de propulsores Thiokol Propulsion.

Young, que também voou a bordo da primeira missão tripulada Gemini, anterior ao programa Apollo, integrou mais um voo do ônibus. Durante 13 anos, foi astronauta-chefe da NASA e passou outros 17 como supervisor-geral de segurança, até se aposentar em dezembro de 2004.

Fonte: discoverybrasil.com/noticias

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