sábado, 20 de agosto de 2011

SOBREVIVENTES DE ATAQUES AJUDAM A SALVAR TUBARÕES


Sobreviventes de ataques de tubarões, incluindo a comentarista convidada do Discovery Notícias, Debbie Salamone, defendem a proteção aos tubarões nas Nações Unidas (Foto: Cortesia de Debbie Salamone).

O verão é a época do aniversário de muitos sobreviventes de ataques a tubarões, incluindo eu mesma.

Nesta época do ano, relembramos os momentos terríveis em que lutamos contra as mandíbulas do maior predador dos oceanos, e o sofrimento das cirurgias e da reabilitação. Alguns de nós tiveram a sorte de refletir sobre o fato de que poderia ter sido bem pior: estou quase curada de um tendão de Aquiles cortado, mas muitos de meus amigos sobreviventes tiveram que aprender a viver sem um braço ou uma perna.

No entanto, este ano nossas lembranças anuais foram bem além das nossas experiências. Eu e meus amigos nos tornamos defensores da conservação dos tubarões, e 2011 marca o décimo aniversário de um compromisso firmado por países junto à Organização das Nações Unidas (ONU), com o objetivo de desenvolver planos para preservar esses animais. Infelizmente, pouco foi feito até o momento.

Ao lado de oito de meus amigos sobreviventes, visitei a sede da ONU em Nova York no último outono para tentar obter mais apoio à causa dos tubarões. Como parte de meu trabalho na Campanha de Conservação Global de Tubarões do Pew Environment Group, convoquei sobreviventes que conseguiram perdoar as criaturas que mudaram nossa vida a ponto de se pronunciar em sua defesa.

Fizemos alguns pequenos avanços durante nossa visita, mas o aniversário deste ano ressaltou o quanto ainda resta a ser feito. Poucos países desenvolveram os planos de conservação prometidos. Entre os que o fizeram, alguns planos ainda não foram totalmente implementados, e há poucas evidências de que sejam tão eficazes como todos esperavam.

O tempo está se esgotando, e quase um terço de todas as espécies de tubarão caminham para a extinção. Mais de 73 milhões são mortos a cada ano, em grande parte, pelas lucrativas barbatanas usadas em sopas, compradas principalmente pelos mercados asiáticos.

Estes animais precisam ser protegidos com mais rigor nos 20 países que lideram a caça, responsáveis por 80% dos abates. Apenas Indonésia, Índia, Espanha e Taiwan respondem por quase 35%. Em algumas regiões do mundo, simplesmente não existe conhecimento, recursos ou vontade política para desenvolver planos de conservação de grande alcance, mas os primeiros passos podem percorrer um longo caminho.

Estamos em um momento crítico, e os países precisam agir para salvar esses habitantes dos mares. Eles deveriam proibir por completo a pesca de tubarões em suas águas e criar santuários onde essas criaturas possam ser permanentemente protegidas. Se os governos não estiverem prontos para dar esse passo, deveriam começar com algumas medidas, como proteger as espécies mais ameaçadas e banindo a pesca das demais, e exigindo equipamentos seguros para evitar a pesca acidental, salvando inúmeros animais da morte não-intencional.

Apesar do progresso lento, houve alguns bons resultados. Trabalhando junto à Pew, eu e meus amigos convencemos os Estados Unidos a restringir ainda mais a proibição à retirada de barbatanas, o que fez com que o Presidente Barack Obama assinasse uma nova lei em dezembro passado. Muitos países — including Palau, Maldivas, Bahamas e Honduras — declararam que seus mares são santuários de tubarões e proibiram a pesca em suas águas. Meus colegas sobreviventes, com o apoio da Pew, continuarão a pressionar junto a nações e organizações como a ONU.

As pessoas muitas vezes nos perguntam porque lutamos tanto para salvar os tubarões, especialmente depois do que passamos. Reconhecemos que esses predadores são essenciais para a saúde dos oceanos e desempenham um papel vital na cadeia alimentar – e nós os respeitamos. Eles são caçadores fazendo o que a natureza manda, e apenas estávamos em seu caminho. Diante das circunstâncias, os tubarões devem temer bem mais o homem do que o contrário. Eles precisam da nossa ajuda.

FONTE: www.discoverybrasil.com/noticias


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