quinta-feira, 18 de agosto de 2011




No mercado mundial, as lojas de fast fashion dominam cada vez mais o mundo da moda. No Brasil, uma das mais populares é a Zara, do grupo espanhol Inditex. Quem vê os preços salgados nas vitrines talvez nem imagine que as peças foram fabricadas à custa de mão de obra escrava.

Uma matéria exibida ontem no programa “A Liga”, do canal Band, denunciou o trabalho escravo em diversas fábricas, incluindo as da Zara. A empresa terceiriza a confecção das roupas em oficinas de costura montadas por imigrantes bolivianos que vieram ao Brasil tentar melhores condições de vida.

Essas oficinas, no entanto, apresentam uma realidade bem distante do padrão exigido, possuindo condições insalubres aos trabalhadores, que ainda são obrigados a enfrentar jornadas de mais de 15 horas, descontos salariais irregulares e são proibidos de abandonar o local sem autorização prévia, o chamado “truck system”. Por cada peça produzida, os costureiros ganham em média 6 reais, mas o que se encontra nas vitrines é esse valor multiplicado por 30 ou até 40 vezes.

Infelizmente, o trabalho escravo não é novidade para nenhum de nós.O problema decorre da falta de oportunidades para inúmeras pessoas, totalmente excluídas do mercado de trabalho, sem acesso à educação, moradia decente, e que às vezes não têm sequer o que comer; o que ganham pela exploração é apenas o mínimo para assegurar a sobrevivência.

A mão-de-obra barata permite um lucro enorme para essas empresas, o que fez com que a Nike e outras empresas transferissem suas fábricas para países como China e Indonésia, pagando um “salário” irrisório e muitas vezes empregando crianças e adolescentes.

Além disso, a Zara é uma marca internacionalmente conhecida, à qual grande parte da classe média tem acesso. Não é à toa que suas lojas estão sempre tão abarrotadas de clientes, principalmente nos finais de semana. E o consumidor, involuntariamente, acaba contribuindo para esse tipo de trabalho irregular.

A denúncia do trabalho escravo e ilegal é de suma importância para assegurar condições dignas de trabalho a essas pessoas. Segundo o Ministério do Trabalho, a punição a quem emprega esse tipo de mão-de-obra varia de 2 a 8 anos de prisão, além de pagamento indenização e restrição a empréstimos em bancos.


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